26.11.10

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22/11/2010

Para Vaticano, papa fala de sexo responsável


O Vaticano assegurou ontem que as palavras do papa Bento 16 sobre o uso da camisinha, para ele justificável em "alguns casos", não são "uma mudança revolucionária", mas uma "visão compreensiva" para levar a humanidade "culturalmente muito pobre rumo ao exercício responsável da sexualidade".

Em livro que será lançado amanhã na Alemanha e na Itália, o papa Bento 16, 83 anos, diz que o uso de preservativos é aceitável "em certos casos", especialmente para reduzir o risco de infecção pelo HIV, mas insiste que não é a "verdadeira" maneira para combater a Aids, já que, para ele, é necessária uma "humanização da sexualidade".

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, divulgou um comunicado pelo qual as manifestações de Bento 16 "não reformam ou mudam as doutrinas da igreja, mas as reafirmam, na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade".

Ele disse que o papa não justifica moralmente o exercício "desordenado" da sexualidade, mas considera que o uso profilático, para diminuir o risco de contágio pela Aids, "é um primeiro ato de responsabilidade, um primeiro passo para uma sexualidade mais humana".

As declarações surpreendentes, apesar de não questionarem a proibição da camisinha pela igreja, foram consideradas um passo importante que muda a imagem ultraconservadora do pontífice alemão, segundo analistas. "O papa deu o passo em um momento maduro, que já era esperado por muitos teólogos e conferências episcopais", afirmou o vaticanista Luigi Accatoli ao jornal "Corriere della Sera".

Reportagem do Jornal Folha.com

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